Aprendi a respeitar o poder que a música tem sobre
nós. Independentemente do estilo de cada um, quem nunca viajou ao som de uma
canção pensando que aquela letra retrata muito bem determinado momento de sua
vida? E pior, você começa a repetir aquele som várias vezes, mesmo que a fase
não seja das melhores e a música te relembre algo triste.
Em um relacionamento, não existe uma “obrigatoriedade”
para que os dois gostem do mesmo estilo musical, mas que isso é bom e muito,
não há dúvidas. Quando ouço uma música que mexe comigo, gosto de compartilhar
com quem é especial para mim. Me incomoda saber que uma namorada minha ouve
aquilo de cara amarrada ou que finge que conferiu, mas nem ao menos clicou no
maldito link.
Para mim, música e amor estão intimamente ligados.
Desde pequeno, aprendi a ouvir música sertaneja e muito me orgulho disso. Minha
família é do interior e diferente de muitos, não tenho vergonha de minha
essência. E todos sabem que desde o fim da década de 80, esse estilo sofreu uma
grande mudança, já que as pessoas passaram a viver majoritariamente em cidades.
Foi substituído aquele conjunto de assuntos ligados intimamente à vida do campo
e o romantismo ganhou muita força.
Ouço outros estilos (de Laura Pausini a Victor e Léo), desde que a música fale de
amor. E é nesse ponto que quero sim, explicar o motivo de ouvir mais Bruno e
Marrone que qualquer outra dupla, banda ou cantor (a). Primeiro, porque cantar
com sentimento é algo para poucos. Talento vocal muitos têm, mas como é difícil
saber interpretar sentimentos. Esse é o ponto alto da dupla.
Em “Choram as Rosas”, especialmente nessa versão, é
possível notar esse talento. Para mim, falar de amor está longe de rimas
complexas, letras ditas difíceis, pensativas e esse blá blá blá todo. Quando você
ama, as emoções afloram, não há tempo para “frescuras”, tudo fica mais
dramático, forte e, no entanto, simples.
E aí me chamam de brega, falam que só ouço música de
corno e essas conclusões maravilhosas. Jamais me importarei. Vou além, sonho em
um dia poder namorar alguém que tenha prazer em ouvir essas canções, que queira
muito ir aos shows comigo e que, quem sabe, goste até mais que eu. Seria maravilhoso
construir um romance baseado em canções como essa, em letras que assumem aquilo
que se sente, como saudade, a dor de uma perda, a felicidade de encontrar a
pessoa amada e por aí vai.
Quando no dia 17 de maio eu estive na gravação do
DVD de Bruno e Marrone (que dia foi esse?...), vi de perto o quanto é complexo fazer esse tipo de
trabalho. É muito simples hoje em dia estourar sucessos por aí com um “Vou
pegar você, ai ai, ui ui...”. Só que os caras fizeram todo mundo parar para ouvir
lançamentos com as seguintes palavras “Esses meus sonhos vão, me iludindo, me
tiram a razão, contos de fadas são só imaginação...” e outro: “mas nem tudo vai
a ferro e fogo, você faz o jogo que a mágoa te ordena, e as palavras são folhas
ao vento, não podem dizer que chorar vale a pena”, e também “Eu sou remédio
para sua carência e meu teste de paciência é ter que decifrar o seu amor”.
Quando eu encontrar uma mulher que acredite no amor
exposto em letras como essas e outras muitas, podem ter certeza, não largo dela
nunca mais.
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