quinta-feira, 5 de abril de 2012

Orgulho do que?

Já me peguei várias vezes dando o mesmo conselho para várias amigas: "Deixa de ser orgulhosa!". O orgulho é o maior obstáculo para alcançarmos relacionamentos saudáveis. A razão disso é que não é possível resolvermos conflitos quando não admitimos, sob hipótese alguma, nos sentirmos rebaixados. Ou seja, quando os direitos que pensamos ter não são respeitados, nossa reação imediata envolverá ingredientes como: mágoas, ressentimentos, vitimizações, vinganças, etc... 



Basicamente, o orgulho que está entranhado na natureza das pessoas diz: “Não posso ceder! Jamais cederei! Se eu ceder, o outro irá pisar em mim. E quem ele pensa que é para pisar em mim? Em mim ninguém pisa! Ninguém me trata desse jeito!”. Note como o orgulho torna a pessoa inflexível e distante. É como se ela se colocasse no alto de uma torre de marfim, onde ninguém pode alcançar. O resultado não pode ser outro a não ser solidão.



Para um relacionamento dar certo é preciso ceder e ser humilde para pedir desculpa, reconhecer o erro e saber perdoar!

Sem dúvidas, esse é um convite para a humildade. Na raiz da palavra “humildade” nós encontramos o latim humus, que significa “terra que pisamos”. Exagerando um pouco, você tem que aprender a ser pisado e não revidar diante do pisão e precisa aprender a relevar certos pisões.

Quem nunca feriu aquela pessoa que ama? Seja numa resposta “atravessada” ou numa atitude grosseira? Passado algum tempo, já com a “cabeça fria”, percebemos que agimos de maneira errada e que ferimos pessoas ou até mesmo nós mesmos a toa.

Então, por que não admitir isso? Porque reconhecer que fomos precipitados, significa, muitas vezes, humilhar-se e se fazer pequeno...quanta bobagem!

Perdoar não é ter “amnésia” sobre o ocorrido, mas sim, disponibilizar-se a restabelecer o relacionamento abalado.

Eu sempre fui muito orgulhosa. Teimosa demais e não admitia estar errada. NUNCA. O Henrique também é teimoso que dá raiva e outro dia minha mãe fez um comentário que me surpreendeu. Ela disse que nunca imaginou me ouvir "desistir" de uma discussão besta só para não brigar ou não criar um mal estar com alguém. Sim, eu faço isso e nem percebi. Deixei o meu orgulho de lado porque sei que isso não me leva a lugar nenhum. 

Aliás, já pedi desculpas para o Henrique mesmo sabendo que eu estava certa. 

Eu penso: Prefiro estar certa ou estar com ele? 
Estamos juntos há cinco anos e meio...



Mas, tudo isso só faz sentido quando as duas pessoas andam juntas para o mesmo lugar. Não adianta eu pedir desculpa, se ele não me desculpar. 

Infelizmente existem pessoas que não aceitam as nossas desculpas. Preferem romper com os laços afetivos em vez de crescer e amadurecer no relacionamento. Insistem em manter a irredutibilidade e a prepotência, que pensam possuir, em vez de dar o segundo passo. Talvez querendo cumprir a lei do “olho por olho, dente por dente”, esperam por um momento de revanche. Enquanto isso, desperdiçam tempo e amargam seus dias, remoendo o que já está resolvido. Tenho dó de gente assim.

O mais engraçado é que tem gente que desperdiça um amor por causa do orgulho. Sério mesmo que é mais importante você ter razão do que ter um amor correspondido? Para mim é muito triste ver vítimas do orgulho, que mata pessoas e sentimentos!



Aquele, que errou hoje, poderá ser você amanhã…

Claro que estou falando de coisas bem irrelevantes. Quando o assunto é mais sério, o orgulho pode ser positivo sim, mas isso é outro post.

A vida é muito curta para se gastar com comportamentos que não nos trazem sustentabilidade. Li um texto que falava de fardos inúteis e se encaixa aqui. Ele diz que carregamos conosco sentimentos que só pesam para nós mesmos e tornam ainda mais difícil a nossa viagem. Espero que gostem.

Fardos inúteis
Paulo Roberto Gaefke


Conta uma lenda, que dois monges que atravessavam uma área deserta quando diante de um rio violento, avistaram uma linda jovem que tentava atravessá-lo sem sucesso.


Um dos monges, não sem dificuldades, atravessou o rio e colocando a mulher em suas costas conseguiu atravessar o rio em segurança. A jovem abraçou-o agradecida, comovida com o seu gesto e seguiu seu caminho.


Retomando a jornada, o outro monge que assistiu a tudo calado, repreendeu o amigo, falando do contato carnal que houve com aquela jovem, da tentação de ter aquele contato mais direto com uma mulher, o que era proibido pelas suas leis.


E durante um bom trecho do caminho, esse monge falou sobre a mulher e sobre o pecado cometido até que aquele que ajudou a jovem na travessia falou: querido amigo, eu atravessei o rio com a jovem e lá eu a deixei, mas você ainda continua carregando-a em seus pensamentos.


Assim, todos sabem que Deus não nos dá fardos maiores que aqueles que podemos suportar, e muitos dos nossos fardos já poderiam estar abandonados
em outras curvas da vida, mas nós insistimos em carregá-los.


Levamos nossas dores e frustrações ao extremo. Dramatizamos demais, elevamos ao cubo cada dor, cada ofensa, cada contrariedade e por isso, não conseguimos relaxar, perdoar ou mesmo ser feliz, pois o peso que vamos acumulando em nossas costas são demais para qualquer cristão.


Neste dia especial, eu lhe convido a uma reflexão. Quais são os fardos que você continua carregando e que já não estão mais com você?


Qual é a dor que você anda revivendo e fazendo com que velhas feridas voltem a sangrar? Por que você não consegue perdoar quem lhe magoou?


Quantas oportunidades você anda deixando para trás por estar amarrado ao 
passado? 


Desarme-se dos velhos pensamentos, do espírito da revolta, da tristeza.


Hoje é dia de desmontar o velho acampamento do comodismo e seguir adiante na longa jornada que a vida apresenta.


Quanto mais leve a sua mochila, mais fácil a subida rumo a felicidade.



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